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EBC - Ag 08/08/2016 Esporte 1185

A quantidade de mulheres participando desta edição das olimpiadas é um recorde, mas ainda não representa uma equidade completa entre os gêneros.


As 5.100 atletas são 45% de todos os competidores e a proporção se inverte em apenas 53 das 207 delegações, como a da China e dos Estados Unidos.


No caso do Brasil, são 259 homens e 209 mulheres, e mesmo assim é a maior presença feminina em uma olimpíada. Para que o número seja ainda maior nos próximos jogos, a ONU Mulheres está ampliando o projeto Uma Vitória Leva à Outra, que oferece treinamento esportivo combinado com discussões sobre gênero à meninas do Rio de Janeiro.


Adriele Alexandre da Silva, de 12 anos, que treina ginástica, é uma delas.


O projeto já está ativo em 16 vilas olímpicas do Rio de Janeiro, atendendo 400 meninas. Mas, no ano que vem, pretende chegar a 2,5 mil, incluindo 300 mães adolescentes, antes de ser disseminado pelo Brasil e América Latina.

A presidente da agência da ONU, Phumzile Lambo Cuka, esteve no Rio de Janeiro firmando acordos para garantir a continuidade do projeto e, também, foi uma das condutoras da tocha olímpica. Ela lembrou de outros desafios que as mulheres enfrentam na área esportiva.


A ONU Mulheres também promoveu um evento neste fim de semana para discutir a participação feminina no esporte.


A presidenta da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional, Nawal el Moutawakel, que fez história ao vencer a primeira competição de 400 metros com barreira para mulheres, em 1984, afirmou que a entidada é sensível à questão, tanto que grandes avanços ocorreram nos últimos anos.


Já a ex-nadadora olímpica norte-americana Dona de Varona, referência na promoção da equidade, ressaltou que nos Estados Unidos foi preciso uma lei obrigando as universidades a treinarem mulheres para que a situação começasse a mudar.


Dona lembrou ainda que é preciso ter mais mulheres nas federações e entidades esportivas.


O projeto Uma Vitória Leva à Outra é realizado também em outros 25 países com a participação de 217 mil meninas e jovens mulheres.


De acordo com levantamento realizado pela própria agência das Nações Unidas, após entrarem no programa, 89% das meninas dizem que se sentem líderes, 93% sabem o que fazer para denunciar casos de violência e quase 80% das meninas têm maior entendimento sobre a sua saúde e diretos sexuais e reprodutivos.

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